Aspectos Gerais da Cultura do Mirtilo
O mirtilo ainda pouco conhecida no Brasil, é uma fruta que foi implantada pela segunda
metade da década de 1980, em uma coleção de cultivares na Embrapa Clima
Temperado (Pelotas, RS) com iniciativa comercial a
partir de 1990, em Vacaria-RS. Porém o mirtilo é largamente cultivado em países do Hemisfério Norte,
principalmente na Europa e Estados Unidos. Esta espécie tem
importância comercial significativa, além de estar havendo uma ampla
divulgação da utilização dos frutos como "fonte da longevidade", devido à sua
composição nutricional. Estes fatores têm impulsionado o cultivo em regiões
não-tradicionais, como a América do Sul, na qual destaca-se o Chile como
principal produtor. Muitos destes países beneficiam-se da possibilidade de
produção durante a entressafra européia e norte-americana.
Há muitas espécies de mirtilo, as
principais espécies com expressão comercial são divididas em três grupos, de
acordo com o genótipo, hábito de crescimento, tipo de fruto produzido e
outras características. As práticas de manejo para cada espécie variam desde a produção de mudas até a colheita e utilização dos frutos. O principais grupos são:
- O mirtilo grande: ou highbush, tetraplóide, originário da costa oeste da América do Norte. Dentre os grupos, sua produção é a de melhor qualidade, tanto em tamanho quanto em sabor dos frutos. A principal espécie deste grupo é Vaccinium corymbosum L., ainda que as espécies V. australe e V. darrowi possam ser usadas para fins de melhoramento genético;
- "rabbiteye", hexaplóide, originário do sul da América do Norte. Compreende a espécie Vaccinium ashei Reade. Em relação ao grupo anterior, produz frutos de menor tamanho e de menor qualidade. Apresenta maior produção por planta e seus frutos têm uma maior conservação em pós-colheita. Apresenta maior importância comercial em regiões com menor disponibilidade de frio, por causa da sua tolerância a temperaturas mais elevadas e à deficiência hídrica;
- "lowbush", diplóide, tem hábito de crescimento rasteiro e produz frutos de
pequeno tamanho, cujo destino é a indústria processadora.
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A propagação de mirtilo pode ser realizada por sementes, rebentos e estacas.
1- A propagação por sementes é útil no desenvolvimento de
novas variedades, mas se caracteriza por induzir um longo período improdutivo
e por produzir plantas diferenciadas da planta matriz em muitas
características;
2- O uso de rebentos permite a obtenção de plantas grandes em
pequeno número e em tempo relativamente curto.
3- Em nível
comercial, o mirtilo é propagado principalmente por estacas mas este método
de propagação proporciona resultados bastante variáveis conforme a espécie e
a cultivar Em "rabbiteye", a propagação é preferencialmente realizada por
estacas semilenhosas ou herbáceas, uma vez que o enraizamento obtido com
estacas lenhosas é baixo.
O mirtilo prefere solos ácidos (pH 4,0 a 5,2), com elevado teor de matéria
orgânica (superior a 5%), boa retenção de umidade, boa drenagem e temperaturas menores
ou iguais a 7,2°C, conforme a espécie e a cultivar.
FONTE: Alexandre Hoffmann - Embrapa Uva e Vinho
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