sexta-feira, 7 de março de 2014

Aspectos Gerais da Cultura do Mirtilo



O mirtilo ainda pouco conhecida no Brasil, é uma fruta que foi implantada pela segunda metade da década de 1980, em uma coleção de cultivares na Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) com iniciativa comercial a partir de 1990, em Vacaria-RS. Porém o mirtilo é largamente cultivado em países do Hemisfério Norte, principalmente na Europa e Estados Unidos. Esta espécie tem importância comercial significativa, além de estar havendo uma ampla divulgação da utilização dos frutos como "fonte da longevidade", devido à sua composição nutricional. Estes fatores têm impulsionado o cultivo em regiões não-tradicionais, como a América do Sul, na qual destaca-se o Chile como principal produtor. Muitos destes países beneficiam-se da possibilidade de produção durante a entressafra européia e norte-americana.
Há muitas espécies de mirtilo, as principais espécies com expressão comercial são divididas em três grupos, de acordo com o genótipo, hábito de crescimento, tipo de fruto produzido e outras características. As práticas de manejo para cada espécie variam desde a produção de mudas até a colheita e utilização dos frutos. O principais grupos são:

- O mirtilo grande:  ou highbush, tetraplóide, originário da costa oeste da América do Norte. Dentre os grupos, sua produção é a de melhor qualidade, tanto em tamanho quanto em sabor dos frutos. A principal espécie deste grupo é Vaccinium corymbosum L., ainda que as espécies V. australe e V. darrowi possam ser usadas para fins de melhoramento genético;  

- "rabbiteye", hexaplóide, originário do sul da América do Norte. Compreende a espécie Vaccinium ashei Reade. Em relação ao grupo anterior, produz frutos de menor tamanho e de menor qualidade. Apresenta maior produção por planta e seus frutos têm uma maior conservação em pós-colheita. Apresenta maior importância comercial em regiões com menor disponibilidade de frio, por causa da sua tolerância a temperaturas mais elevadas e à deficiência hídrica; 

- "lowbush", diplóide, tem hábito de crescimento rasteiro e produz frutos de pequeno tamanho, cujo destino é a indústria processadora. 
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A propagação de mirtilo pode ser realizada por sementes, rebentos e estacas. 

1- A propagação por sementes é útil no desenvolvimento de novas variedades, mas se caracteriza por induzir um longo período improdutivo e por produzir plantas diferenciadas da planta matriz em muitas características; 

2- O uso de rebentos permite a obtenção de plantas grandes em pequeno número e em tempo relativamente curto. 

3- Em nível comercial, o mirtilo é propagado principalmente por estacas mas este método de propagação proporciona resultados bastante variáveis conforme a espécie e a cultivar Em "rabbiteye", a propagação é preferencialmente realizada por estacas semilenhosas ou herbáceas, uma vez que o enraizamento obtido com estacas lenhosas é baixo.


O mirtilo prefere solos ácidos (pH 4,0 a 5,2), com elevado teor de matéria orgânica (superior a 5%), boa retenção de umidade, boa drenagem e temperaturas menores ou iguais a 7,2°C, conforme a espécie e a cultivar.

FONTE: Alexandre Hoffmann - Embrapa Uva e Vinho

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